O primitivismo na pintura portuguesa (1905-1940)

Abstract

A questão do primitivismo tem motivado o interesse dos historiadores da arte, sobretudo a partir da publicação de Robert Goldwater, em 1938. Em Portugal, só nas últimas décadas é que este problema tem vindo a ganhar uma maior atenção e destaque por parte dos estudiosos, pelo que se torna necessário perspectivar esta questão no panorama da arte nacional. O domínio do estudo abrange a Primeira e a Segunda Geraçao de Modernistas, de modo, a incidir sobre a sua génese e os seus reflexos. A análise desta problemática obriga, não só a um estudo minucioso, mas também à recriação de conceitos que permitam compreender a questão na sua plenitude. Neste sentido, procuraram-se vestígios de atitudes primitivistas na arte portuguesa e reflectiu-se sobre os modelos que tenham tido uma expressão própria. De facto, os artistas portugueses não foram excepção ao resto da arte ocidental, e o primitivismo para além de se ter feito sentir, encontrou matizes próprias que permitem enquadrar a arte portuguesa num plano de originalidade e singularidade. Tal, contribuiu não só reenquadrar a arte nacional num plano mais vasto, como para definir princípios de abordagem que ainda não tinham tido expressão concreta.