Utilize este identificador para referenciar este registo: http://hdl.handle.net/11067/7238
Título: O golpe de 1953 no Irão : principais causas e consequências
Autor: Fernandes, Vítor Manuel Ramon, 1960-
Palavras-chave: Irão - História - Golpe de Estado, 1953
Irão - Relações externas - Estados Unidos - Século 20
Estados Unidos - Relações externas - Irão - Século 20
Irão - Relações externas - Grã-Bretanha - Século 20
Grã-Bretanha - Relações externas - Irão - Século 20
Data: Nov-2023
Citação: Fernandes, Vítor Manuel Ramon (2023) - O golpe de 1953 no Irão : suas principais causas e consequências. Lusíada. Política internacional e segurança. - ISSN 1847-1342. - S. 1, n. 25-26 (2023). - P. 37-58.
Resumo: Em agosto de 1953, os Estados Unidos da América e o Reino Unido orquestraram um golpe de Estado no Irão, através da Central Intelligence Agency (CIA) e dos serviços secretos britânicos, o British Secret Intelligence Service (SIS), respetivamente, para depor o primeiro-ministro democraticamente eleito da altura, Mohammad Mosaddeq. O golpe ocorreu, fundamentalmente, em resposta à decisão de Mosaddeq de nacionalizar a Anglo-Iranian Oil Company (AIOC). Tendo em consideração que os britânicos já se tinham retirado do Irão, e reduzido significativamente a sua influência no país, não lhes foi possível alterar a situação política de forma isolada. Assim, tendo por base argumentos associados às preocupações da Guerra-Fria decidiram solicitar o apoio dos Estados Unidos, invocando receios de expansão por parte da ex-União Soviética e, desse modo, conseguiram convencer o Presidente Eisenhower a participar o golpe. No seguimento do golpe, Mohammad Reza Shah Pahlavi, o Xá do Irão, regressou ao poder, com um poder quase absoluto e o apoio do Ocidente. Até 1953, o Reino Unido era considerado como um país imperialista e colonizador enquanto os Estados Unidos eram vistos como um país amigo e anti-imperialista. Por esse motivo, a participação dos Estados Unidos no golpe foi considerada como uma traição e gerou um sentimento antiamericano, e até certo ponto antiocidental, que ainda perdura presentemente e pode ajudar a explicar, juntamente com outros eventos posteriores, a natureza das relações entre o Irão e os Estados Unidos da América.
In August 1953, the United States of America and the United Kingdom orchestrated a coup d’état in Iran through the Central Intelligence Agency (CIA) and the British Secret Intelligence Service (SIS), respectively, in order to overthrow Iran’s democratically elected prime-minister, Mohammad Mosaddeq. The coup d’état occurred, largely, in response to Mosaddeq’s decision to nationalize the Anglo-Iranian Oil Company (AIOC). Given that the British had already withdrawn from Iran and reduced their presence in the country quite significantly, it was not possible for them to reverse the situation solely. Consequently, and based on arguments related to the Cold War concerns, they decided to request the support of the United States, citing fears of an expansion by the ex-USSR and ended up convincing President Eisenhower to participate in the coup. Following the coup, the Shah of Iran, Mohammad Reza Shah Pahlavi, returned to power, and indeed with absolute power and the support of the West. Until 1953, the United Kingdom was considered an imperialist state whereas the United States were seen as a friendly state and an anti-imperialist one. For that reason, the participation of the United States in the coup was considered as betrayal and generated an anti-American sentiment, and to some extent also anti-Western, that persists until today and may help understand, along with other subsequent events, the nature of the relation between Iran and the United States of America.
Descrição: Lusíada. Política internacional e segurança. - ISSN 1847-1342. - S. 1, n. 25-26 (2023).
Revisão por Pares: yes
URI: http://hdl.handle.net/11067/7238
https://doi.org/10.34628/fx05-w048
Tipo de Documento: Artigo
Aparece nas colecções:[ULL-FCHS] LPIS, n. 25-26 (2023)

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