Cultura em estratégia e segurança nacional : um estudo de caso do Japão medieval

Abstract

Este artigo se orienta pela busca de uma relação plausível entre a formação cultural do Japão Medieval e sua Política de Segurança e Defesa Nacional. Para este fim, a metodologia escolhida se vale de dados secundários baseados em uma revisão bibliográfica de literatura em livros, artigos e consultas à matérias publicadas na internet. Neste sentido, a pesquisa se embasa pela perspectiva ontológica da teoria construtivista das Relações Internacionais, enquanto corrente teórica que defende a inclusão da Cultura como elemento de fundamental relevância para a percepção das dinâmicas que perscrutam as influências da relação entre a agência japonesa e a estrutura que a cerca na definição de uma Estratégia Nacional de Segurança e Defesa. Ao aliar o campo das Relações Internacionais com o estudo da Cultura e das definições de Estratégia, Segurança e Defesa, um dos objetivos principais é a acomodação das diferentes matrizes metodológicas em um lugar comum, ou seja, no reconhecimento de que a variável Cultura pode exercer influência em um processo de tomada de decisão no que tange à garantia do bem-estar e do modo de vida de uma sociedade. Para tanto, na primeira parte deste trabalho, evidencia-se as diferentes perspectivas conceituais, se valendo da definição de Estratégia, de Segurança e de Cultura, a destacar suas relações com base no crivo da Teoria Construtivista e, principalmente, no que se entende por Cultura Estratégica ou Cultura de Segurança Nacional. Na segunda parte, o foco se dá à formação cultural do Japão Medieval, se orientando pela sua geografia, sua evolução política e na identificação dos elementos basilares de sua cultura militar, principalmente na sua relação com a figura do samurai, materializada na lenda nas obras de Miyamoto Musashi, um dos maiores expoentes da classe. Em última análise, a pesquisa se propõe em oferecer parâmetros comparativos entre o pensamento do autor japonês e os dilemas contemporâneos que a nação nipônica está a enfrentar no Século XXI, conjecturando a possibilidade da emergência de um novo posicionamento perante sua Estratégia de Segurança Nacional para os próximos anos.

This article is guided by the search for a plausible relationship between the cultural background of Medieval Japan and its National Security and Defense Policy. To this end, the chosen methodology uses secondary data based on a literature review of books, articles and consultations with articles published on the internet. In this sense, the research is based on the ontological perspective of the constructivist theory of International Relations, as a theoretical current that defends the inclusion of Culture as an element of fundamental relevance for the perception of the dynamics that scrutinize the influences of the relationship between the Japanese agency and the structure that it around the definition of a National Security and Defense Strategy. By combining the field of International Relations with the study of Culture and the definitions of Strategy, Security and Defense, one of the main objectives is to accommodate the different methodological matrices in a common place, that is, in the recogition that the Culture variable can exercise influence in a decision-making process regarding the guarantee of well-being and the way of life of a society. Therefore, in the first part of this work, the different conceptual perspectives are highlighted, using the definition of Strategy, Security and Culture, evidencing their relationships based on the Constructivist Theory and, mainly, on what is meant by Strategic Culture or National Security Culture. In the second part, the focus is given to the cultural formation of Medieval Japan, guided by its geography, its political evolution and the identification of the basic elements of its military culture, mainly in its relation with the figure of the samurai, materialized in the legend and in the works by Miyamoto Musashi, one of the greatest exponents of the class. Ultimately, the research proposes to offer comparative parameters between the thoughts of the Japanese author and the contemporary dilemmas that Japan, as a nation, is facing in the 21st century, conjecturing the possibility of the emergence of a new position regarding its National Security Strategy for the upcoming years.