Relação urbanístico-ambiental : o processo de humanização da cidade de Valência

Abstract

Esta dissertação analisa a cidade de Valência, na sua temática urbanístico-ambiental, onde a opinião pública influencia o processo de expansão urbana, orientando-a para um desenvolvimento humanista. Com uma longa história de desenvolvimento, Valência está habituada a profundas alterações na sua paisagem, revelando-se flexível aos avanços urbanistas; a ambição de modernização provocou o desejo de reestruturação dos sistemas de mobilidade e a implantação de novas infra-estruturas urbanas. As cheias de 1957 foram politicamente interpretadas como a “desculpa” para dar o início a um novo processo de expansão territorial, já que, na «Solução Sul», o leito do rio foi visto como um terreno favorecedor à modernização. Essa proposta provocou inúmeras manifestações sociais que, por sua vez, defendiam um canal verde – o Parque Túria. Com um desenvolvimento conturbado, o projecto do parque foi realizado em partes e pressupôs a implantação de equipamentos culturais, lúdicos e desportivos. A sociedade assume este processo como de maior importância, reavaliando a intervenção no Túria e suas consequências. Neste momento, a legislação em vigor (PGOU de 1988), nomeadamente a sua proposta de aumento do índice de zonas verdes, representa o passo seguinte na evolução da humanização de Valência. O projecto do Parque Central é aqui entendido como “a prova viva” dessa evolução, onde um segundo grande espaço verde será construído na cidade, provando que este é um processo em aberto. A população portuguesa devia seguir este exemplo. O percurso evolutivo de Valência prova que a actuação popular faz a diferença e que, através dela, seria possível encontrar, nas nossas cidades, espaços verdes como estes, de carácter Metropolitano, ou Distrital. É importante que a mentalidade da nossa sociedade seja alterada para que entenda, tal como entendem os valencianos, que esta sensibilização urbanístico-ambiental tem resultados benéficos, não só para as cidades e o ambiente, mas fundamentalmente para nós, humanos.

This dissertation examines the city of Valencia, in its Urban-Environmental theme, where the public opinion influences the urban sprawl’s process, turning it into a humanist development. With a long and evolutionary history of expansion, Valencia is accustomed to profound changes on its landscape, which is flexible to the urban advances. The goal of modernization produced the desire of restructure its mobility systems, and the deployment of new urban infrastructure. The floods of 1957 were interpreted as a political excuse to begin this process. In the «Southern Plan», as the urban project was known, the river’s land was seen as a promising land to that modernization. This proposal caused social events, where people advocated a green channel – the Túria’s Park. With a troubled development, this park was drawn in parts and taken for granted the deployment of cultural, recreational and sports equipments on it. The society assumes this as the most important theme, where the Túria’s project and its consequences are reassessed at this moment. The present legislation (PGOU 1988), particularly its proposal to increase the rate of green areas, represent the next step in the humanization and evolution of Valencia. The Central Park project is here understood as "the living proof" of this evolution, where a second major green space will be built in the city, proving that this is an open process. The Portuguese population should follow this example. The evolutionary path of Valencia proves that, the popular action makes the difference, by which it would be possible to find, in our cities, green spaces like this, with its Metropolitan, or District character. It is important for our society to understand, as the Valencians do, that this Urban-Environmental consciousness has beneficial results, not only for the cities, but to the environment also, and most of all, us, humans.