A ponte : o animal de companhia como facilitador do contacto e interação social da população idosa

Abstract

Tendo em consideração a importância do relacionamento social humano e a problemática do isolamento social, nomeadamente para a população idosa, este estudo teve como objetivo central explorar o contributo indireto do animal de companhia (AC) como potencial facilitador do estabelecimento de relações em três dimensões: i) conhecer pessoas, ii) criar amizades iii) gerar apoio social. Secundariamente, objetivou-se conhecer as diferenças entre inquiridos com e sem AC e os motivos que impedem as pessoas mais velhas de ter um AC. O estudo, de natureza quantitativa, utilizou como técnica de recolha de informação um questionário, disponibilizado online, tendo registado a participação de 231 pessoas com 65 e mais anos, residentes em Portugal e não institucionalizadas. Os resultados evidenciaram que são as pessoas com cão como animal de companhia quem apresenta maior oportunidade de estabelecer relações com o outro, sendo os que se passeiam ou se expõem com o AC os que apresentam maior possibilidade de conhecer pessoas e de interagir com elas. No que se refere ao apoio social, categorizado em quatro tipos (informacional, emocional, integração social e instrumental), apurou-se que a dimensão informacional é a mais valorizada. Os participantes com AC identificam os contributos do seu animal na facilitação do relacionamento social e bem estar emocional. Para os inquiridos sem AC, um dos principais motivos para a não adoção foi a morte recente do seu animal. Na mesma linha de outros estudos – designadamente os de Lisa Wood, sobre o contributo indireto do AC nas várias dimensões das relações sociais humanas – conclui-se que o AC pode ser um facilitador do contacto e da interação social das pessoas idosas, constituindo-se como elemento importante na diminuição do risco de isolamento social. A utilização do espaço público com o AC é um fator a considerar no bem estar social das pessoas idosas e, apesar dos cães se destacarem no papel de facilitador da interação social, o estudo demonstra não haver diferença significativa em relação a outros animais, como os gatos, quando se trata de estabelecer novos contactos e interagir socialmente.

Bearing in mind the importance of human social relationships and the problems of social isolation, namely for the elderly, the main objective of this study was to explore the indirect contribution of companion animals (CA) as potential facilitators for the establishment of relationships in three dimensions: i) meeting people, ii) fostering friendships and iii) generating social support. Secondly, the study aimed to understand the differences between the respondents with and without CA and the reasons that prevent the elderly from having CA. The study, which has a quantitative approach, used a questionnaire for the purpose of gathering information. It was then made available online and registered the participation of 231 people over the age of 65 who reside in Portugal and are not institutionalized. The results revealed that it is dog owners that have a greater opportunity to establish relationships with others, since going for a walk or being outdoors with CA presented a higher probability of meeting and interacting with people. In relation to social support, categorized into four types (informational, emotional, social integration and instrumental), it was found that the informational dimension was the most valued. The participants with CA identify their pet’s contributions to facilitating social relationships and emotional well-being. For the respondents without CA, one of the main reasons for non-adoption was the recent death of their pet. In consonance with other studies – namely Lisa Wood on the indirect contribution of companion animals in the various dimensions of human social relationships – the conclusion is that CA can facilitate social contact and interaction for the elderly, thus comprising an important element in decreasing the risk of social isolation. The usage of a public space with CA is a factor to be considered in the social well-being of the elderly and even though dogs’ standout in the role of facilitating social interaction, the study demonstrates that there is no significant difference in relation to other pets, such as cats, when it comes to establishing new contacts and social interaction.