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Título: Arquitectura portuguesa anos 30-50 : atitude e crise de identidade : elementos para a construção de um percurso
Autor: Pereira, Luís Manuel Pires, 1958-
Orientador: Bonifácio, Horácio Manuel Pereira, 1951-
Hipólito, Fernando Manuel Domingues, 1964-
Palavras-chave: Arquitectura portuguesa - História - Século 20
Arquitectura e Estado - Portugal - Século 20
Data: 4-Out-2013
Resumo: A dissertação, “Arquitectura Portuguesa anos 30-50. Atitude e crise de Identidade: elementos para a construção de um percurso” constitui um corpo de análise, interpretação e crítica de um conjunto de factores determinantes que se repercutiram na produção arquitectónica nacional. A partir dos anos trinta, após o saneamento financeiro realizado pelo Estado Novo, protagonizado por António de Oliveira Salazar e coadjuvado por Duarte Pacheco e António Ferro, que personificaram a ideologia de progresso e engrandecimento nacional, aparece fortemente caracterizada pelos paradigmas do nacionalismo, a defesa da soberania nacional, a modernização das instituições, e, principalmente, pela crença no Estado como mediador das tensões. É desta forma iniciado um processo marcado pela transformação do imaginário colectivo como instrumento regulador, originando a construção de uma identidade nacional unificadora, que a partir de um projecto político, identifica especificidades na arquitectura portuguesa. Para a concretização desses objectivos, o Estado lança-se numa política de obras públicas, onde se destaca, numa primeira fase, a adopção de uma arquitectura associada ao Modernismo europeu, e, posteriormente, uma arquitectura com uma linguagem formal que assume uma carga simbólica, que referenciava os valores nacionalistas, dando origem a duas linguagens arquitectónicas. Na primeira fase - anos trinta - os elementos constituintes de sua linguagem formal ganharam importância ao reflectirem uma atitude, cujo conceito implica a relação directa entre indivíduo e crença, organizando assim uma identidade de conteúdo. Na segunda fase - anos quarenta – a proposta arquitectónica é acompanhada por um conjunto de sistemas de significação, reflexo de uma crise de identidade sentida no âmbito sociocultural, procurando no conjunto simbólico, a resposta para a representação de uma nova identidade. Este período, de duas décadas, marcou uma especificidade na arquitectura portuguesa, dando origem a um percurso que culminou no processo de construção de um campo profissional autónomo, interligado à função social da arquitectura. O percurso concretizaria e definiria a consolidação de uma linguagem plástica reconhecida, por meio da construção de obras emblemáticas, que pelo seu valor concretizaram a sua própria história. Para a concretização destas obras o Regime recorreu a um conjunto de arquitectos, denominado grupo, que de forma incondicional deram uma resposta sem reservas, procurando conciliar um projecto cultural com o discurso ideológico. Neste contexto, arquitectura e Estado estabeleceram, especialmente durante estes anos de governo, uma relação bastante particular. Contudo, após a Segunda Guerra Mundial, cujas consequências também se fizeram sentir em Portugal, o “sistema” começou a se posto em causa, o que se reflectiu também na arquitectura do Regime, alvo de efusivas criticas e necessitando de uma revisão. O ponto de viragem nesta arquitectura do regime dá-se em 1948, com o I Congresso. Neste Congresso é estabelecida uma união entre os arquitectos, com o objectivo de combater o atraso, associado à ideia de tradição, procurando no discurso da modernidade, uma nova proposta para a arquitectura portuguesa. (Luís Manuel Pires Pereira)
Descrição: Exame público realizado em 29 de Fevereiro de 2012
Tese de doutoramento em Arquitectura, Universidade Lusíada de Lisboa, 2011
Revisão por Pares: no
URI: http://hdl.handle.net/11067/444
Tipo de Documento: Tese de Doutoramento
Aparece nas colecções:[ULL-FAA] Teses

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