Utilize este identificador para referenciar este registo: http://hdl.handle.net/11067/3086
Título: A leveza da casa : o habitar unifamiliar e um percurso biográfico
Autor: Melo, Ricardo Pereira Vieira de
Orientador: Fabião, Henrique Jorge Gonçalves
Palavras-chave: Arquitectura
Arquitectura habitacional
Habitação unifamiliar
Data: 2015
Resumo: A relação entre a arquitetura e a casa, tendo como elementos de análise o conjunto de condicionantes que envolvem a edificação habitacional, apoiada na prática profissional do autor, é o tema proposto para esta Tese de Doutoramento. Expondo parte da amplitude disciplinar do território arquitetónico em contexto habitacional, este trabalho constitui um ensaio sobre as convergências concetuais que envolvem a prática do projeto, desde a geografia à cronologia, passando pela idealização e a expressão social que esta assume. O princípio que preside à escolha dos diversos casos de estudo procura refletir sobre o espírito contemporâneo de miscigenação e experimentação, assim como sobre o cruzamento de matérias ou conhecimentos provenientes de diferentes áreas disciplinares, numa oscilação entre os referentes da arquitetura, das artes, da filosofia e da sociologia. A leitura transversal dos projetos identificados, permite explorar a relação da casa com o espaço, o tempo, o corpo e a mente. A casa é, neste contexto, abordada do ponto de vista da experimentação de processos e linguagens comuns à arquitetura, a partir de temas como identificação e apropriação do lugar, exploração arquetípica ou mnemónica do programa doméstico, relação entre o espaço público e privado da casa, e a sua conformidade com o tempo nas suas diferentes conceções. É, nesta justaposição de complexidades, entre a razão do lugar, a expressão simbólica e a atribuição de um registo cronológico que se torna possível ler a casa como entidade que estende a sua influência e critérios a outros espaços além do doméstico. Pensando o habitar doméstico enquanto recetáculo e indutor de vivências, a Leveza da casa decompõe-se em quatro dimensões: dois limites externos – geografia e tempo – e dois internos – mentalização e sociabilização. A pluralidade de referências que se convocam com este título permite, por seu intermédio, sintetizar duas leituras simultâneas e estruturantes: —— uma primeira sobre a importância da casa enquanto lugar e suporte na criação de memórias e construção de identidades. —— uma outra refletindo uma prática profissional que utilizou a geometria e a física para desenhar e construir casas, criando relações diversas sobre os lugares, os programas e os utilizadores, usando instrumentos compositivos para explorar a casa como ator político na organização dos lugares e encenador do quotidiano de cada indivíduo. A casa funciona, nesta tese, como gravitação universal que permite perceber o peso e a leveza da arquitetura como extensão de nós, percebendo que corresponde sempre a um programa, simultaneamente resolvido e incompleto na nossa medida. Nesse sentido, exploram-se as semelhanças entre o contexto urbano e o doméstico na tentativa de criar um novo espaço, híbrido de ambos. A disponibilidade de uma nova casa que, como companheira de viagem, pode proporcionar a cada um a procura de maior leveza material e mental, liberta o indivíduo contemporâneo para novas modalidades de nomadismo e flexibilidade. A presença crescente de espaços sucedâneos do doméstico em diferentes cenários recria ambientes que expandem o conforto da casa para fora de portas. Se na história da arquitetura observámos uma crescente especialização dos espaços domésticos, a contemporaneidade ocupa-se em torná-los cada vez mais informais e disseminados por diferentes geografias e contextos. Sobre a história do habitar doméstico no século XX faz-se a sua revisão pela voz de quatro autores que exploram o universo da casa unifamiliar. Iñaki Ábalos, Blanca Leo, Adriano Cornoldi e Rui Ramos surgem como referências complementares à investigação, constituindo-se como dispositivos de afastamento crítico e filtros para a leitura do tema e da nossa obra.
The relationship between architecture and the house using the set of conditions involving residential building as analysis elements, based on the author's professional practice is the theme proposed for this PhD thesis. Exposing part of the disciplinary breadth of architectural territory in residential context, this work is an essay on the conceptual convergences involving the practice of project, from geography to the chronology, through the idealization and social expression that it takes. The leitmotif of the choice of several case studies seeks to reflect the contemporary spirit of miscegenation and experimentation, as well as the intersection of materials or knowledge from different disciplines in an oscillation between the referents of architecture, arts, philosophy and sociology. The cross reading of the identified projects, allows to explore the relationship of the house with space, time, the body and the mind. The house is in this context addressed to the trial point of view of common processes and languages to architecture, from topics such as place identification and appropriation, archetypal exploration or domestic mnemonic, public and private space relationship or time conceptions of the house. It is this juxtaposition of complexities, between place, symbolic expression and the assignment of a logbook that allows to read the house as an entity that extends its influence and criteria to other areas beyond the domestic dominium. The Lightness of the House means the decomposition of the domestic dwell in four dimensions, considering it as a receptacle and experiences inductor. The subject of analysis is founded on the definition of two outer limits – geography and time – and two internal ones – mentoring and socialization. The plurality of references that are summoned to this title allows, through them, synthesize two simultaneous readings and structuring: —— first on the importance of home as a place and support of memories and identity construction. —— another reflecting a professional practice that used the geometry and physics to design and build homes, creating various relationships on places, programs and users, using compositional tools to explore the house as an political actor in organizing places, and director of everyday life. The house works here as universal gravitation that allows us to realize the weight or lightness of architecture, as an extension of the individual or group, realizing that it always corresponds to a program simultaneously resolved and incomplete to us. In this sense we explore the similarities between urban context and the home in an attempt to create a new space, hybrid of both. The availability of such a new home, as a trip companion, can accomplish higher lightness, both mental and material, releasing the contemporary individual to new forms of nomadic and flexible life. The growing presence of domestic spaces in different scenarios, recreates environments that expand outdoors the comfort of home. If in the history of architecture we see a growing specialization of domestic spaces, the contemporary mind seeks to make them increasingly informal and disseminated in different geographies and contexts. The twentieth century history of domestic dwell is reviewed by the voice of four authors who explore the world of single-family home. Iñaki Ábalos, Blanca Leo, Adriano Cornoldi and Rui Ramos, appear as additional references to the research, establishing themselves as critical devices that filters contemporary housing for a new reading of the theme and our work.
Descrição: Tese de Doutoramento em Arquitectura, Universidade Lusíada, Porto, 2015
Exame público realizado em 10 de Março de 2016.
URI: http://hdl.handle.net/11067/3086
Tipo de Documento: Tese de Doutoramento
Aparece nas colecções:[ULP-FAA] Teses

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