Utilize este identificador para referenciar este registo: http://hdl.handle.net/11067/3035
Título: Futuro = Passado + Presente : reciclar para regenerar
Autor: Oliveira, João Manuel da Costa
Orientador: Fabião, Henrique Jorge Gonçalves
Palavras-chave: Regeneração urbana
Reabilitação urbana
Data: 2014
Resumo: Após a segunda guerra mundial tem-se vindo a verificar uma reavaliação da importância do papel da natureza na nossa sociedade, sendo perceptível uma crescente inclusão e manipulação de sistemas e processos naturais nas artes plásticas e arquitectura, que ultrapassam o carácter social e científico da consciencialização e protecção ambiental para se afirmarem comomatérias físicas e teóricas do pensamento crítico. No anos sessenta a contracultura deixa de ser entendida como elemento exterior e passível de domínio para ser englobada na cultura política e social de equilíbrio com o meio ambiente, lentamente ganhando uma preponderência em todas as vertentes da civilização humana. Mas se esta evidência é bastante presente no âmbito do discurso político, económico e social de grande parte das classes profissionais, no campo das artes ela é mais tímida e frágil, tendo, só recentemente, reingressado no discurso teórico e, normalmente, relacionada com vertentes mais técnicas e construtivas da arquitectura. A conceção de um mundo onde o natural se encontra em equilíbrio e diálogo com o artificial, onde ser humano e natureza integram saudavelmente, tem significativas influências no campo conceptual e teórico das artes, contribuindo não só, para a redefinição da relação entre ambos os elementos, mas também, para o reequacionar de conceitos e ideias bases das disciplinas. A Utilização e exploração de fenómenos naturais nas artes plásticas e arquitectura, influiu também na relação entre várias disciplinas artísticas, evidenciando apropriações de ideias muito similares mas, demonstrando, simultaneamente, o desfasamento temporal das experiências com elementos naturais. Numa fase, ainda nos primórdios do novo pensamento ambiental, artistas europeus e norte americanos, vulgarmente associados à Land Art ou Earthworks, começam a explorar as possibilidades criativas da inclusão e manipulação da natureza. Entre as temáticas conceptuais que o manuseamento de fenómenos naturais revela, algumas adquirem ideias base e, até certo ponto, pré-estabelecidas do que é arquitectura. A natureza, conforme postulado por Lavoisier, está em permanente mutabilidade e evolução no tempo, contrapondo-se, assim, à visão estática e intemporal com que a arquitectura e arte são geralmente associadas. Os projetos raramente comtemplam componentes de variação formal, variação temporal ou controlo parcial dos seus elementos, evidenciando uma relação próxima à racionalidade e previsibilidade de manipulação completa das múltiplas variáveis técnicas, construtivas e conceptuais, próprias do conhecimento e pensamento humano. Ao acrescentar ou utilizar elementos naturais, as características de mutabilidade e evolução do natural, transferem-se para a obra e aumentam o leque de intervenção arquitetónica. Aquilo que nos é garantido passa a ser questionado e alterado. Entre as inúmeras possibilidades, uma obra pode agora ter um período de vida relacionado com a entropia dos materiais escolhidos, pode ter forma ou imagem que varia continuamente conforme a variação do sistema ou processo natural manipulando ou poder ser parcial ou completamente imprevisível na evolução dos elementos vivos utilizados. Põe-se em causa a prática arquitectónica atual e o papel do arquiteto na contemporaneidade face aos fenómenos da globalização e da "gentrificação" que cada vez mais se apoderam das cidades, desprezando ou desvalorizando as suas pecularidades identitárias e a sua memória coletiva. Torna-se importante olhar o passado, entender e rever (subversiveis ou não) feitas no espaço público, como ponto de partida para uma revisão e exaltação das características intrínsecas da arquitetura enquanto disciplina artística. Contudo, são também as estratégias bottom-up dos movimentos sociais e da paticipação - enquanto fenómenos sociais a ter em conta, que nos relembram também o papel fundamental da Arquitectura na transformação social (urbana). Em paralelo a estas questões analisam-se casos contemporâneos de intervenção e acções urbanas feitas no espaço público pela iniciativa de alguns coletivos de arquitetos no contexto Europeu, como exemplos a ter em conta e que nos suscitam uma vez mais a questão da revisão dos valores éticos e sociais que deverão ser reavaliados numa era de crise generalizada. A crise faz despoletar a crítica e potencia a criatividade e a subvenção como resposta às dificuldades generalizadas. A crítica poderá ser radical e poderá quebrar convenções e gerar a mudança pretendida, em busca de um mundo mais justo e consciente dos fenómenos que nos rodeiam.
After the World War II we have been watching a reassessment of t the role of nature in our society, being perceptible an increasing of the inclusion and the manipulation of systems and natural processes in the plastic arts and architecture that overcomes the social and scientific character oh conscencialization and environmental protection to reaffirm as physical and theoretical matters of the critical thought. In the sixties the contraculture stops being understood as an exterior element and starts being included in the political and social culture of balance with the environment, slowly gaining preponderance in the human civilization. But if this evidence is seen in the political, economic and social speech, when it comes to art the evidence is more shy and fragile having, just recently, brought back in the theoretical speech and usually related with more technical and constructive sides of architecture. The conception of a world where the natural is perfectly balanced with the artificial, where humans and nature bonded, has significant influences in the conceptual and theoretical side of arts contributing to the definition of the relation between both elements. The use and exploration of natural phenomenon in plastic arts and architecture has also influenced the relation between various artistic disciplines bringing to evidence appropriations of various similar ideas but showing at the same time the differences between times. In a first phase, some European and north American artists associated to the Land Art ou Earthworks, as begun exploiting the Creative possibilities of the inclusion and manipulation of nature. Between the conceptual themes some acquire pre established ideas of what architecture is. Nature, according to Lavoisier, is in constant changing and evolution in time, opposing to the static and timeless vision that architecture and art are associated with. The projects rarely have formal or temporal variations or partial control of their elements, bringing up a close relation to rational and predictable of complete manipulation of the technical, constructive and conceptual variables of the human thought. When you add natural elements, the characteristics of natural evolution, are transfered to the construction and increase the architectonic intervention. What we take for granted stars being questioned and changed. Between the number of possibilities, a construction can now have a period of life related to the kind of materials you choose, can have a form or image that varies according to the variation of the system or natural process or it can be completely unpredictable in the evolution of the alive elements used. It’s put in to question the role of the architect in the new era according to the phenomenon of globalization that are winning towns, undermining what sets them apart and their collective memory. It becomes important to look at the past, understand and revise alterations made in the public space as a revision of the characteristics of architecture as a s an artistic discipline. However, are also the bottom-up strategies of the social movements and the participation – as social phenomenon to be recognized, that remind us the fundamental role of architecture in the social transformation. Side by side with these questions contemporary cases on interventions made in the public space by architects in the European context are analyzed, as examples to have in consideration and that reminds of the question of revision of the ethical and social values that should be reanalyzed in an era of the widespread crises. The crises increases creativity as a response to general difficulties. The critic can be radical and break conventions and generate the changing that we need, in search of a more faire and aware world of the phenomenon that surround us.
Descrição: Mestrado Integrado em Arquitectura
Exame público realizado em 28 de Julho de 2014
URI: http://hdl.handle.net/11067/3035
Tipo de Documento: Dissertação de Mestrado
Aparece nas colecções:[ULF-FAA] Dissertações

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